Muitas
das vezes estamos no paraíso e não nos damos conta. É isso, mesmo.
Os modelistas
da Grande Ilha têm o privilégio de dispor de um verdadeiro gênio na arte da
criação, recuperação, conserto e montagem de lanchas, carros, aviões e
helicópteros manobrados por controle remoto.
Torno mecânico Joinville, restaurado por Mário para ser um de seus principais aliados na oficina
Estamos
falando de Mario Celso Cavaignac, um maranhense nascido na Capital, São Luis,
que desde a tenra idade, nos idos de 1980, tomou gosto pelo hobby, influenciado
pelo próprio pai, Mário Cavaignac, hoje com 78 anos. Seu Mário, aposentado e afastado do hobby, despontou no aeromodelismo no início de 1970, quando os modelos eram, na sua quase totalidade, manobrados
via cabo (u-control), não menos emocionante do que os atuais, agora equipados com
modernos equipamentos de controle à distância. Mecânico
de profissão, Celso montou na sua casa uma oficina de fazer inveja aos mais
exigentes laboratórios de mecânica do SENAI, equipada com torno, fresa, soldadora
elétrica, serra, esmeril, compressores, ferramentaria de ponta e um arsenal de chaves e instrumentos
usados para atender as exigências do caprichoso hobista ludovicense.
Cabeçote divisor da máquina fresadora
Funcionário
da Eletronorte, Mário Celso usa as horas vagas para dar vazão ao seu talento, dentre
os quais se notabilizam consertos, construção de peças e regulagem de motor (glow ou gasolina).
Não bastasse, ainda lhe sobra tempo para criar e desenvolver alguns projetos surpreendentes,
como foi a construção de uma turbina a querosene, usada num kart de alto desempenho,
especialmente desenvolvido pelo próprio Mário.
Kart, equipado com turbina
Celso na companhia do pai, seu Mário, sua principal fonte de inspiração
Turbina desenvolvida por Mário Celso
Merece
destaque, ainda, visualizar as primeiras lanchas gigantes, com motorização à gasolina, artesanalmente
construídas por Mário Celso, utilizando compensado marítimo e motor de roçadeira, adaptado, com pintura
automotiva. A lancha azul, retratada, ganhou sistema de refrigeração a água e partida elétrica, tudo projetado e construído pelo próprio Mário Celso.“O cara é um mago. Certa vez, danifiquei o cabeçote de um motor
importado. Levei pra ele e dias depois Mário me entregou o motor novinho e
funcionando, parecendo que jamais havia sido quebrado”, testemunhou Ivan Carneiro,
assíduo frequentador da oficina.
Essa lancha, 1,30cm, atualmente pertencente ao comandante Daniel, adquirida do comandante Marvio.
Alguns
de seus engenhos, como, por exemplo, o hoverkart,
montado sobre um colchão de ar, impulsionado por um motor glow, revelam a notável
vocação do hobista por novas experiências.
Hoverkart
Mário Celso foi, também, um dos precursores do helimodelismo na Ilha São
Luis, quando a pilotagem desses aparelhos apresentava alto grau de dificuldade.
Hoje tá com os dedos enferrujados, mas promete voltar ao batente muito em
breve.
Ultimamente,
ele se dedica na recuperação de um antigo aeromodelo, um treinador da década de
80, chamado Libélula, muito usado na época para ensinar principiantes no hobby.
Uma relíquia que remota os tempos áureos do aeromodelismo onde a tônica era a diversão,
simplesmente.
O lendário Libélula, da década de 80, literalmente ressuscitado das cinzas por Celso
Na
última visita ao “parque de diversão” do Residencial Pinheiros, na manhã desta
quinta-feira, 23 de abril de 2020, fizemos um tape da atuação de Mário
Celso no exato momento em que ele trabalhava no rotor principal flybar, do Trex
500, do comandante Daniel Souza, adaptando-o para receber sistema flybarless. O
serviço ficou impecável, marca indelével de um perfeccionista por excelência.
Mário
Celso é discreto e de pouca conversa, mas extraordinariamente prestativo e
atencioso as mais diversas demandas dos colegas, apresentando solução para
quase tudo que lhe chega às mãos, especialmente quando o assunto é conserto de
motor e reparo ou construção de peças. Invariavelmente, quase todos os colegas
da Capital, de algum modo, já se serviram de seus valiosos préstimos.
E
assim encerramos mais uma matéria especial, agradecendo, em nome da Amam e
todos os amantes do hobby no Maranhão, a efetiva contribuição de Mário Celso para
o engrandecimento do aeromodelismo, um exemplo a ser seguido. A próxima
matéria especial será com um dos ícones do aeromodelismo maranhense, José Antônio MOHANAPinheiro, uma lenda viva da construção em madeira
balsa.
(Reportagem:
Daniel Souza, advogado, jornalista e aeromodelista)
As tardes de inverno na Grande Ilha, de vento
brando, estão atraindo para Amam aeromodelos que custumam ficar reclusos no
verão, face à turbulência das ventanias do litoral maranhense, severas nos meses julho, agosto, setembro e outubro.
AVISTAR
Quem primeiro estrelou na temporada foi o
comandante Marvio, com seu Avistar com fuselagem 1.95cm, envergadura 2,3cm,
fabricante Great Planes, municiado com motor DLE-RA 35cc, hélice 20X08.
Formoso, a máquina apresenta excelente desempenho,
se constituindo, de fato, num dos aeromodelos mais prazerosos de voar. Destaque para a montagem caprichada, inquestionavelmente perfeita, de autorita do próprio piloto, um perfeccionista.
PILATUS
A segunda máquina a comparecer na temporada de
ventos brandos na Amam foi o incrível Pilatus, com 1,75cm de envergadura,
fuselagem de 2,20cm, motor DLE-RA 35cc, hélice 19x8, da Phoenix Models, pertencente ao comandante Daniel G.
O aeromodelo chama mesmo atenção e surpreende
fazendo voo firme e estável, mesmo com características de asa e fuselagem
diferentes dos modelos de sua categoria. O piloto abusou de manobras e fez um
pouso quase perfeito, não um leve toque da hélice na pista.
A montagem perfeita e de alto nível, dentro dos melhores padrões, é, sem dúvida, um destaque a parte, graças a dedicação do comandante Daniel Guagliardo, que, profissionalmente atual como piloto comercial de uma importante companhia aérea cujo nome não se revela por falta de patrocínio!
MOCHEL,
Retorno!
Quem voltou ao batente, usando um belíssimo
planador Salto, motorização elétrica Eflite 25, esc 80, bateria 4sx3000mAh, hélice
retrátil, com 2,65cm de envergadura, fabricado pela FlyFly, foi o veterano Joaquim
Mochel, cuja inscrição no hobby dista do início da década de 70.
Com auxílio do comandante Márvio, Mochel fez o imponente
planador deslizar silenciosamente pelos céus da Amam, imprimindo invejável
velocidade. Contudo, na hora “H” do pouso, Mochel passou o rádio para o piloto
de testes, fato que, segundo os mais exigentes críticos do hobby, maculou o tão
aguardado retorno. “Estou me aclimatando para voltar com tudo...”, argumentou
o veterano Mochel, um dos principais entusiastas do hobby na Grande Ilha.
O VOO DE UM
AEROMODELO TRINTENÁRIO
Entre as máquinas que estão de volta à temporada
uma se destaca pela aparência exótica e pelo tempo que está na ativa. Estamos
falando de um pequeno trainer, com 1,20 cm de envergadura, impulsionado por motor glow
40, OS, com hélice 10x6, inspirado num projetado da antiga Aerobras, do comandante Corrêa,
um aeromodelo de 30 anos, cujos comandos estão limitados a leme, profundor e
acelerador.
Em dias hodiernos o voo desse treinador torna-se um
desafio, especialmente para aeromodelistas adeptos de aileron e flap. O esquisito aero remonta aos tempos idos
do hobby no Brasil. O mais impressionante de tudo é o seu excelente desempenho. “Libélula” é o seu codinome!
FOTO LEGENDA..
Aeromodelo de alta performance do comandante Valdinewton fez "misera" nas mãos de Marvio
Comandante Daniel com seu Trex 800
RESENHA
Rafful voltou a acertar os pousos, prejudicados depois de sua estada na Polônia/Ruddys, o ex-repórter, voou pouco porque até agora não teve tempo para arrumar o trem de pouso do seu intrépido asa baixa/Murilo enrolou e não teve coragem de tirar seu aero dentro do carro, preferindo papear/Ivan tá quase três meses sem voar/PM Luiz Carlos, ainda traumatizado com a última lenha, não compareceu/Mestre Horário fez uma bela apresentação no Esquilo, Trex 600/Mauro atuou como cinegrafista do blog, relembrou tempos áureos, e prometeu voltar sábado, 8 de fevereiro de 2020, com força total/Jorge só conversou e auxiliou alguns colegas, mas tudo indica que pendurou a chuteira/Rogério atuou como dorme sujo coletivo, demostrando saudosismo da época em que era praticante do hobby/Por fim, tivemos a visita de um expert em impressora 3D, Jackson, manifestando desejo em ingressar no Hobby. Foi logo aconselhado pelo comandante Valdinewton para esquecer "esse negócio de helicóptero".
A máxima segundo a qual “na Amam nunca
chove!” se evidenciou, de fato, na tarde deste sábado, 18 de janeiro de 2020,
quando bravos e destemidos pilotos, mesmo à guisa da intempérie, não deixaram
de comparecer ao aeródromo da grande Ilha, no Paço do Lumiar, enfrentando
nuvens densas e pancadas de chuvas.
Os destaques foram a reaparição, depois
de quase dois anos de exílio doméstico, do Tucano T-27, classe 20cc, equipado com potente motor 140, glow, 4 tempos, do comandante Ricardo Castro.
Depois dos ajustes
de praxe, a máquina ganhou os céus da Amam. Contudo, seu piloto, nervoso e
inseguro, cometeu aquele que é um dos mais gritantes dos micos do mundo do aeromodelismo,
passar o rádio-controle às mãos de outro piloto, in casu, para o exímio comandante,
Márvio, responsável por trazer o aparelho ao solo à bordo de um pouso
verdadeiramente impecável, conforme denota filmagem do talentoso repórter cinematográfico, Jorge França, estreando nos quadros do blog.
Não menos espetacular
foi a reestreia do Shipmunk, motorização 61, 2 tempos, glow, do comandante
Daniel Guagliardo.
Técnica especial de entelagem a base de monokot, pintura e
verniz, realmente deixou o Shipmunk com um visual invejável. Abastecido, o aeromodelo desbravou os céus cinzentos da Amam, realizando manobras
de tirar o fôlego.
Comandante Guagliardo
Tivemos, ainda, a
participação na Amam dos pilotos Rogério, Mochel, Ruddys, Valdinewton, PM Luiz
Carlos, Horácio, Daniel e Corrêa.
Piloto Luiz Carlos, o popular PM
Piloto Ruddys, ex-repórter internacional
Mas nem tudo na vida
são flores. Infelizmente, depois de sofrer grave represália, tivemos efetivada
a renúncia do Repórter Internacional, Ruddys, destacado membro dos quadrados do Blog Águia
Aeromodelismo Maranhão. Com exclusividade, num furo de reportagem, tivemos acesso a um vídeo, representado
na Corte Internacional de Haia, cuja prova, irrefutável, revela, com detalhe, o abjeto terror sofrido pelo mundialmente conhecido jornalista do The IntecePT, agora, exilado na Venezuela.
A superintendência
de jornalismo do noticioso, para suprir o desfalque, contratou o renomado jornalista ludovicense, Jorge França,
ex-Jabá New$.
Voos no Asas de Sumaúma, na grande Imperatriz
Na outra banda do Maranhão a tarde de sábado, 18 de janeiro de 2020, também foi movimentadíssima, com o comparecimento de pilotos da Aeroescolinha, do comandante Mesaque, na pista de Sumaúma, um das melhores praças do hobby na região.
Estiveram no aeródromo Asas de Sumaúma, os pilotos Alvaro Vi-Pão (Extra 300, 30cc, e Mustang P51, 50cc), Danilo (Tractor 20cc), Mesaque (Decatlon 30cc), Divino (Edge 120cc), Filipe (Águia, motor 46 glow, Coiote, motor 61, glow), Silvino (Edge 120cc), Djaldo (Ugly Stik elétrico), Isaías (Piper 46, glow) e Cintura (Edge 20cc). O piloto aposentado de aeromodelo visitou o local matando a saudade dos tempos em que foi um dos precursores do hobby.
Valeu, moçada, vamos manter a interação. Um grande abraço aos meus eternos e inesquecíveis amigos aeromodelistas do Sul do Maranhão. Na próxima, quero vê o Titico ai com vocês, voando seus helicópteros.
Da esquerda para a direita: pilotos Divino, Filipe, Silvino e Mesaque